2 de novembro de 2011

Caneta e papel

Solto palavras soltas
Solto
Pego caneta e começo
Solto
De leve, deslizando pelas linhas
Solto
Rabiscando meus sentimentos,
Letra por letra
Solto
A caneta e olho
As imagens soltas na minha memória
Solto
Recomeço a rabiscar, e desenho
Solto tinta, formo palavras, frases bonitas
E solto, vou recompondo meu versos
Solto um por instantes
Mas um sem o outro não vive
Solto, pego a caneta e o papel
E volto a soltar as palavras

6 de setembro de 2011

Uma Maria desmiolada.

Lá vai ela, correndo.
Braços abertos ao desconhecido.
Futuro incerto e desinibido.
Fantasioso até.
Lá vai ela de novo.
Largando escudos e descontentamento.
Sem medo de arrebentar o coração.
Já faz tempo,
deu adeus ao sofrimento.
Lá vai ela, feroz.
Decidida a fazer da vida.
O que melhor possa ser.

19 de agosto de 2011

Inspiração

Inspiração para eu ganhar dinheiro
Para mudar o mundo inteiro
Para botar tempero na nossa paixão

Inspiração para dormir e sonhar
Para cair e levantar
Para acordar e tentar não mais viver em vão

Inspiração pra nos teus olhos olhar
Para no teu rosto tocar
E fazer uma canção

Inspiração para sentir no ar
Para seu cheiro guardar
No meu coração

Inspiração para misturar palavras carinhosas
E te dar num poema amassado
Junto ao meu coração

4 de julho de 2011

Um dia

Um dia a gente nasce
A gente chora, abre o olho,
Cresce e vive a vida

Um dia a gente ama,
Sofre, apanha
Dá a volta por cima

Um dia a gente se empolga,
Exagera, canta e grita,
Um dia a gente briga

Um dia a gente sonha,
Fica cheio de esperança
E, de repente, dança

Um dia a gente para,
Pensa e se dá conta
Que cada dia é um dia
E um dia pode ser tudo na vida.

11 de junho de 2011

Às moscas.

Somewhere far away she lost her soul to a heartless boy.

Está tudo às moscas.
A vida acompanhada, abandonada.
Os amigos, as palavras.
Paradas.
Tristeza veio fazer festa
e eu sou convidada vip.

30 de abril de 2011

Olhos vermelhos



Seus olhos eram misteriosos
Porém essa palavra é muito simples
Não foi possível criar um rótulo
Mas pude ver sua alma

Era um olhar assassino
Era um olhar perdido
Era um olhar sem ódio
Era um olhar de dúvida

Por um instante tive a impressão de que seus olhos eram vermelhos
assim como seus cabelos ruivos
O olhar não se desviou, mesmo depois do meu.

Eram olhos sensíveis
Eram olhos machucados
Eram olhos de raiva
Eram olhos que queriam me conhecer

Meus olhos ainda me pedem, ainda me imploram
Para encontrar aqueles olhos.
Meu olhar pede, para conhecer seu olhar.

28 de abril de 2011

Tão rápidos e rasteiros...

Estive pensando sobre como somos rápidos por este mundo...

Não que oitenta ou noventa anos seja pouco.
Mas fiquei pensando em como esta "vida" é perigosa de se viver; 
Em como basta apenas estar vivo para se morrer! 
Como é tudo muito impossível de se prever. 
Você pode atravessar a rua e pronto, fim... Acaba tudo; 
E toda essa violência heim? 
Todos tão donos de si e do direito de tirar e maltratar vidas;
Nem escondem mais o rosto.
Hoje essa violência tem nome, sobrenome... 
E perfil no orkut!
Não importa mais onde.
Na rua, na chuva, na fazenda;
Até onde antes só se estudava; 
Onde a morte era lenda.
Tudo é tão rápido e rasteiro.
Quanto desespero;
Estive pensando...


De mãos dadas;

Se vamos continuar... Por que não dar as mãos?
Por que não?
Se não vamos, por que não dar as mãos?
Quem sabe ainda vamos.

7 de abril de 2011

Felicidade.

Minha felicidade aconteceu esta manhã; hoje, casei-me com o homem da minha vida!
Te amo, Alexandre Magno. 

6 de abril de 2011

Veneno - Movimento I

A vespa e o besouro se amam
Mas a vespa decidiu dar do seu veneno para seu amado
O besouro agonizou por alguns momentos, mas sobreviveu.
Sedento por vingança, o besouro não sabia que a vespa havia dado o veneno também a si mesma.
A vespa agozinava, mal imaginava ela que aquilo era culpa do seu próprio veneno.
A agonia da vespa foi piorando, ao ponto do besouro perceber.
O besouro queria avisa-la, mas sabia que a vespa não o escutaria, então sua sede falou mais alto.
A vespa não sabia que morreria após o veneno, estava confusa.

(Continua...)

4 de abril de 2011

Uma vez mais

Você me veio a cabeça
E dela não sai mais
Madrugada de lua cheia
Noite que meu amor me trai

Me trai porque me faz
Pensar em ti demais
Te querer e não poder
Te ter uma vez mais

Mas por vingança, dou o troco
Sou cruel com meu amor
Engano a ti e a mim mesmo
Só para não sentir a dor

Dor de amar e acordar
E nem sempre poder pensar
Acordar do sonho e perceber
Que não te tenho uma vez mais

3 de abril de 2011

Codinome Céu;


[Desculpem-me o tempo que não estive aqui e muitíssimo obrigado a todos por estarem fazendo parte desse blog, e Rafaella nem tenho palavras pra lhe agaradecer por cuidar bem desse cantinho de todos...]


Primeiramente, queria desculpar-me como o amante
que some durante a noite e lhe deixa uma manhã de cama vazia.
Uso o termo 'incorrigível' para descrever a mim mesmo,
sou do tipo egoísta que apenas faz questão da companhia de poucos
livros para longas viagens...

Escrevo-te cartas longas sobre os lugares que visito e suas respostas,
quando conseguem me encontrar, me perguntam por que não volto, por que não fico.
Se você soubesse o que é ter um espírito que grita por novos rumos
me entenderia, ainda que eu ame o seu sorriso um tanto melancólico, é
a estrada que me faz sentir que existe vida em mim.

Queria desculpar-me por não ter os pés presos ao chão, queria desculpar-me
por me chamar céu e não ser apenas seu.
Hoje cedo, saí para caminhar e amorenar minhas idéias ao sol, aquele sol
que vem depois da chuva, que nos faz agradecer a luz por existir, pensei
em você decidi que já era hora do regresso...

Eu desapareço na vida por que é preciso, e eu volto para a sua vida, por que
te amo...

28 de março de 2011

Ela me disse

♫♪... Ela me disse que trabalha no correio. E que namora um menino despachante! ♫♪
(Se eu fosse o Renato).

19 de março de 2011

Censura

Censure a arte
Censure e mate
Censure em Marte a vida
Há vida? Censure!
Censure o amor escrito,
Cantado e falado
Censure o amor pintado em quadros
Tire a liberdade da praça
Censure toda a massa que quer se expressar
Censure também o desejo
Crie um movimento puritano
Censure a parte que todos adoram
A felicidade tem que brilhar, mas implicitamente
Oprima, reprima, repreenda,
Mas não esqueça de censurar a entrada da morte no mundo

14 de março de 2011

A criação geme...

E a perturbação de existir é como uma morte lenta e consciente.    
                          
Salomão disse: “Por isso eu louvei os que já morreram mais do que os que ainda vivem...e melhor que uns e outros é aquele que ainda não é...”
E que venham as desilusões, a loucura, o choro, a sufocante necessidade de se respirar.Até que a morte encerre o inestimável e insuportável hábito de se acordar vivo.
A insaciável fome que nunca acaba, porque o gosto já não me interessa se de tudo que me desse pela garganta nada me resta. Tanto o doce quanto o amargo deixam de existir, e me volta a fome que nunca cessa.
Pude entender que sensação de quase morte nada mais é do que estar vivo.  Pois é tão fácil deixar de ser. De maneira que estamos sempre a um passo de morrer. E isso me trouxe alívio.    
Os arranha-céus estão a léguas da estrelas, e o que corre nem por isso chega. Porque assim como a boca não se farta, o andar não se acaba, e o que vale então correr? Se a morte interrompe a aminhada pro nada? 
“Doce e belo sonhar, que de sonhar não passa...”. Outro dia me disse um chegado. 
E certo é que os sonhos são devaneios ainda maiores do que a “tão convincente ilusão” que é tocável. A tão convincente ilusão que é enxergar e ainda sim não ver, que tudo não passa correr atrás do vento.
                                                                                Diego Ap. Vítor - 31/12/10 - 00:51

Última dose

                   

E eu era agora aquele copo em que bebera a noite inteira.
Transbordando a bebida amarga que escoou da garrafa.
E no delírio fermentado do diabo engarrafado, ouvi o copo amassado a me dizer:
_Vazio, jogado, descartável, agora sou que nem você.
E o que fazer se dele ouvi a verdade de fato?
Pois um copo sóbrio é mais sábio que um homem embriagado.
Pois nele já não há álcool pra que eu diga aos meus ouvidos:
_ Não os ouça, ele está embriagado!
Ou
_O que vale um copo pra fazer de mim tanto descaso?
Sei que o copo é reciclado.
Eu, porém. Torno a ser vazio.
De novo.
                Diego Ap. Vítor

Sem mais palavras



Quem me dera essa merda fosse como um filme mudo.
Um roteiro sem texto e sem razão pra palavras.
Onde ninguem diz nada e fica tudo por isso mesmo.
Sem palavras, sem erros.
O contexto perfeito.

Oxalá me hovesse na fronte um plug USB.
Por onde qualquer otário, sem muito trabalho,
pudesse baixar o que eu tenho a dizer.
E me fosse tirado esse fardo.
Enfadonho ato de escrever.

Onde alguem pudesse entender
sem ter que ler palavra alguma.
O que mesmo usando muitas
tendo tentado, e confesso
sem muito sucesso.
      
                        Diego Ap. Vítor

12 de março de 2011

Maquinaveloz

Oh quão louca é a maquina do pensar!
Que funciona sozinha e sem cessar.

Que sem guia fica por ai nas esquinas,
Andando sozinha por ruas sombrias,
Buscando alguém pra conversar.
Alguém pra ouvir o que tem pra falar.
Um lugar pra dormir, mais se sono pudesse sentir,
Já haveria adormecido pra não mais acordar.


Pois pesado é o fardo do pensar.
E caro é o preço do saber.
Enfada a rotina de buscar, buscar e buscar.
E de fato nunca achar algo em que se possa dizer:
_Eis que acabo de encontrar e já me basta esse viver!

Pois não me acaba a sede.
E nem tão pouco a bebida.
Pois não me agrada a morte.
Nem tão pouco a própria vida.

E não se esgota o que pensar.
Nem me cansa o conhecer.
O que me cansa e não cansar.
O que me mata é não morrer.

Oh quão louca é a maquina do pensar!
Que funciona sozinha e sem cessar.

Se eu ainda fumasse.
Teria-me acabado os cigarros.
Pois o café já me acabou.
E nem ao menos começou.
O meu pensar desenfreado.

Se em claro eu escrevo.
E dormindo ainda sonho.
E calado ainda ouço.
Quando é que eu descanso?

Se nem mesmo um segundo.
Eu consigo me ver “branco”
E o branco ainda é muito.
E sobre ele ainda há tanto.

Não me acabam as palavras.
Mais a tinta da caneta.
E essa fome que não some.
E o mal que me alimenta.
                             Diego Ap. Vítor

Rabiscos à meia luz.

11/03/2011 - 23:34

Não és minha raposa. De fato sou eu a raposa, esperando e pedindo-lhe que me catives. Para que me sejas único e para que seja eu singular aos olhos seus.

---x

Se lês o mesmo livro duas vezes, com um intervalo de 10 anos, decerto não o vês com os mesmos olhos. Não o leias com olhos de pessoas grandes, leve sempre contigo a inocência daqueles que diferem simples chapéus de magníficas jibóias, digerindo elefantes.
Boa noite guizos celestes.              

13 de fevereiro de 2011

A banalização do "eu te amo"

A frase "eu te amo", ultimamente, está sendo usada de forma banal. Hoje em dia, algumas pessoas não enxergam o valor, e não sentem o peso da frase "eu te amo". A frase pode mexer seriamente com o psicológico de algumas pessoas. Dizer "eu te amo" não é dizer "oi" nem "bom dia". "Eu te amo" não significa cumprimento algum, e sim uma forma - e a mais bonita - de expressar todo o carinho e afeto que se tem por outras pessoas.
Parece que algumas pessoas estão usando esta frase como moeda de troca: diga "eu te amo" e ganhe o que quiser. Não, as pessoas não podem e não devem dizer a todos "eu te amo". O mundo não estaria em paz, caso disséssemos isto uns aos outros. A frase "eu te amo" deve ser dita às pessoas que realmente a merecem. Diga "eu te amo" ao seu pai, à sua mãe, à sua esposa, ao seu filho. Não use esta linda frase para pegar a(o) menininha(o) bonitinha(o). Quando realmente amar, diga que ama.
Quando quiser ser simpático, não diga nada. Sorria somente! É um bom jeito de demonstrar simpatia. Não se sinta obrigado em retribuir o mesmo sentimento, pois nem sempre tem de haver reciprocidade nas relações.
Ame muito, bastante. Mas só diga que ama se conseguir amar de verdade, amar de olhos fechados.

6 de fevereiro de 2011

:(

Hoje meu coração está vestido de preto;
Minha alma (mesmo que não possa ver de fato) sangra e chora;
Porque hoje, um pequeno amigo – é assim que o vejo – foi ver Deus de perto.
Taciturno, tímido... Como é possível? Sempre me pareceu tão calmo.
Sequer despediu-se antes de morrer;
Chamava a sua mãe de minha.
"Teatráva-mos" quando eu ainda tinha fôlego. (E você).
Vai ficar então essa saudade não matada;
E essa cara encharcada...

Luto por Claudinei.

30 de janeiro de 2011

Mérito

Aquilo que é mais importante
Dá menos importância
Para o que dá mais importância


É importante lembrar
Que o que tem a maior prioridade
Provavelmente não dará prioridade por ser prioridade


A sua prioridade não deveria ser organizar as prioridades?

29 de janeiro de 2011

Um versinho na última folha

Um versinho na última folha
Uma jura de amor já quase esquecida
A lembrança de um beijo bom
Na tua boca já esquecida

A sua imagem no meu pensamento
Me deixa feliz e amargo
Seu pouco amor me leva à tristeza
E seu beijo só me oferece pecado

Vou me perdendo
Nas tuas letras rabiscadas,
Nas tuas chantagens mal feitas
No meu amor por ti
Intenso

Com a boca, só me beijava
E com olhares me dizia
Uns versos apaixonados que transcrevi
Para a última estrofe de minha poesia.

27 de janeiro de 2011

Um texto sem título algum.

Eu vivo em um mundo cheio de desesperança.
Cheio de ódio, mágoas e torpor.
Onde avôs abusam de suas netas.
E melhores amigos se vão sem cerimônia alguma.

Eu vivo em um mundo onde as pessoas más tem tudo.
Onde o mal é recompensado com glória.
Um mundo onde se mata e se morre.
Sem amor algum.

Eu vivo em um mundo onde as pessoas boas se isolam.
Por puro temor de tornarem-se ruins.
Onde a solidão impera.
E onde a solidão mata.

Eu criei meu mundo, onde não há portas nem janelas.
Nem corredor ou corrimão.
Onde não há nada além de memórias.
Onde não há nada além da solidão.

20 de janeiro de 2011

O amor da amada.

Ele senta-se na calçada.
O suor pingando do rosto.
Ela chega, de mansinho.
Espreme-se, torna-se um novelo.
Encosta a cabeça no colo dele sem pedir.
Ele suspira.
Ela o respira;
E seus finos dedos de músico;
Fazem música em seus cabelos azuis.
Ao tocar a pele fina;
Tão branca.
Parafina.
Como o pincel molhado de tinta no papel.
A face da dama enrusbesce;
Ela o puxa para si;
Ele corresponde sem luta.
Instantes antes da dama cerrar os olhos;
Ele sussurra:
– Minha Dama de Safira;
E ela apenas suspira.
Eis aí... Suas asas!

18 de janeiro de 2011

Ir longe;

Eu tive que aprender do modo mais dificil o que é preciso para controlar o fogo, com certeza eu cometi muitos erros, e saí com muitas cicatrizes.
Eu almejava tocar o céu como a águia voava, ser livre para ir e vir sem deixar meu mundo em chamas. Desejava ter força para carregar todo o fardo dos que eu amava, ter forças para levar todo mundo comigo, e tentei, tentei com tanta bravura e força de vontade que esqueci de mim e antes que eu pudesse perceber minhas asas ficaram fracas e eu desmoronei, deixei no caminho todos e tudo aquilo que eu tinha levado comigo, senti minhas asas quebradas, eu já não podia me levantar mais e em meus olhos chovia tanto que eu não conseguia enchergar a frente, fiquei tão cansada de sempre aguentar tudo sozinha que me sentia sufocada, alguém parecia estar me enforcando. Gritei com tanta força que em minha garganta escorria algo estranho e quando vi era apenas sangue, meu sangue, o sangue que tinha adrenalina o suficiente para levar tudo aquilo que levei por anos, fui tão alto que a queda foi tão forte que achei que não voltaria nunca mais. Minhas asas e meu peito doiam tanto que achei que morreria, minha garganta sangrava com tanta força que achei que ficaria sem sangue, que ficaria muda por mais tempo do que fiquei todos os anos que carregava o fardo de todos aqueles que eu amava. Me sentia tão enforcada que tinha vontade de enfiar as mãos goela abaixo e arrancar aquilo que estava preso. Tentei fazer meus olhos pararem de chorar mais falhei nisso também, falhei em sorrir, falhei em andar, falhei em voar alto. Perdi pelo caminho todos aqueles que me custaram caro para levar. A dor era tão grande que eu me sentia anestesiada por ela, passei então a viver calada e sem expressões no rosto, passei a viver pela tristeza, troquei meus cds da estante, minhas roupas do armário, troquei meus dias livres pela prisão do meu quarto, troquei meu sonho de voar alto, pelo de me afundar cada vez mais. Me olhava no espelho e perguntava a mim mesma:
"O que eu posso fazer para você me amar?" "O que eu posso dizer para fazer você sorrir?" "Quando você me dará aquele sinal de que estou esperando?"
e uma voz na minha cabeça sempre me dizia que estava indo embora. Conta a minha mãe que ela corria para o meu quarto comigo aos prantos, gritando coisas como "Não vá embora!! Como eu saberei se essa é a hora certa? Como eu sentirei se esse é o lugar certo?"
Então um dia, andando no fogo eu ouvi uma voz dizendo ''Eu serei aquele que você poderá contar, encherei sua mente com coisas para sonhar e estarei a um passo de distância para te pegar se você cair. Você e eu, hoje e amanhã. Confie em seu coração e o que ele seguirá."
Minutos depois, senti minhas asas voltarem a bater, meus olhos pararam de chover, senti que podia voar alto de novo, só que dessa vez, tinha que parar para descançar hora ou outra.
O que eu posso fazer? Faz parte.

(texto original em letthesunshiine)
N. Skye

15 de janeiro de 2011

Faca



Eu sinto a corda em sua volta
Eu sinto que me puxam
Eu vejo a corda em minha volta
Eu vejo que te puxam

Bono
Estava errado, quando disse que nada muda no ano novo

O dia puxa a noite e a noite empurra o dia
Eu já vi cordas e correntes gritarem por socorro
Sua jornada está apenas começando
Cordas sangram

Use a epígrafe

13 de janeiro de 2011

Esgueirar-se.

E o relógio faz seu tic.
Mas o Tac está cansado.
O tempo passa, e ela nada faz.
Apenas escreve, escreve...
Bobagens ou coisas sérias...
Mas não cessa.
Levanta os olhos.
Mira-se no espelho.
Caminha, por toda a noite.
Suas unhas vermelhas.
E pela manhã se esgueira.
Sorrateira.
Solitária.
Sai ao sol de vez em quando.
Quando ninguém está olhando.
A alada, dorminhoca.
Nem voa mais.
Apenas repousa.
Escreve, lê, escreve, escreve;
Ama e delira; apenas isso.
A Dama de Safira.... Suspira.
Ama, canta...
E escreve, escreve;

Submarino Amarelo


O relógio marcava 22:34h no exato momento em que entrei no ônibus. A espera já havia sido demasiadamente cansativa, tendo em vista que este era um horário de fim de expediente para muitos, portanto, corri os olhos pelos poucos assentos vazios que restavam. Gosto de sentar-me à janela, sempre gostei de observar a vida fora daquele lugar asqueroso, pois, diga-se de passagem, o transporte público no Brasil é algo humilhante. Logo avistei um cantinho recôndito, esquecido. Apressei me ao passar pela roleta e corri de encontro ao cativante e nostálgico banco alto. Preparava-me para mais uma longa viagem de volta para casa recostando a cabeça na janela quando, não sei porque, perdi a concentração ao observar uma menina. "Menina..." rio-me sem motivação aparente. Ela aparentava ter no máximo 21 anos e tinha o olhar triste e desesperançoso. Parecia carregar as dores do mundo em um olhar. Desviei o olhar e tentei me ater ao movimento na rua, mas algo me intrigava sobre aquela garota. Passei toda a viagem observando-a. Ela parecia estar com os olhos colados na rua, e eu com os meus colados nela. Não nos distraimos com o sacolejo do ônibus, nem com as conversas paralelas, nem com os gritos de "Motorista, passou o ponto!!".
De repente, vejo algo brilhando em sua face e, quem dera fossem seus olhos, mas não, ela estava chorando. As lágrimas escorriam sem cessar e ela não fazia o menor esforço para contê-las. Acho que nunca havia presenciado uma cena tão emocionante em minha vida. Tive ímpetos de sair de meu lugar e ir abracá-la. 
-Ela vai pensar que sou louco. 
Mas e se ela só estiver precisando de um abraço, um consolo. 
- Vá logo homem, deixe de ser covarde.
Eu já havia perdido a minha chance, enquanto me questionava e discutia comigo mesmo, a menina se preparava para descer. Passou uma alça da mochila após a outra, olhou no relógio, 23:13h. Levantou-se e saiu.
Na esperança de ter um instante de atenção dela, um olhar que fosse, a observei fora do ônibus. Ao passar, ela me olhou e sorriu.

Acho que no fundo ela sabia.

Ela, era eu.

5 de janeiro de 2011

Encenação;


(original em 'A certeza de duvidar')

Dilacerado estou.
Caindo eu vou.
Esse peso em mim, já não aguento mais.
Angústia que ficou, quase esqueço quem sou.
Eu me sinto assim:
Cansado da paz.
Oh Deus! A guerra traz a cura. Sim traz.
No meu grito de procura,
dessa louca desventura,
eu me encontro incapaz...
Me salve meu amor,
dessa insana encenação.
Me controle com seus gritos,
me acalme com o seu toque e me complete o coração...

Preciso;

Preciso aprender a terminar tudo que começo, parar de desistir das coisas pela metade sempre achando que não vou conseguir, preciso aprender a acreditar mais em mim e lutar com bravuda por aquilo que almejo. Preciso terminar o livro que comecei a escrever, terminar os vários desenhos que comecei e não conclui. Preciso concluir aquelas colagens que andei fazendo, terminar de editar as fotos que tirei, preciso até mesmo terminar de comer meu pão de manhã. Preciso terminar a música que comecei a fazer, e aprender a cantar as que só aprendi pela metade. Preciso aprender a ser persistente com o que e quem eu quero, tenho que aprender a parar de me arrepender de deixar de fazer as coisas, e passar a faze-las.
Tenho também que parar com o conformismo por preguiça ou ''falta de forças'' de fazer alguma coisa.
Eu realmente tenho muitas coisas para terminar. Meus livros que comecei a ler e não terminei, meu armário que comecei a arrumar e depois deixei para lá, a fotografia que sempre fazia parte da minha vida e agora só faz parte de metade dela, preciso terminar a carta que fiz e joguei fora pela metade,terminar de escrever meu poema, terminar até mesmo as provas da escola. Preciso lutar para que meus sonhos se realizem e não deixa-los serem apenas sonhos. Preciso parar de imaginar como seria acordar ao seu lado de manhã e receber um beijo de bom dia, tomar um café com você, sair pra dar umas voltas por aí e rir, te abraçar sempre que sentir falta dos seus abraços. Preciso parar de imaginar como seria receber suas ligaçãos dizendo ''Bom Dia Amor!'' preciso parar de somente imaginar e agir. Se não... quando eu olhar pra trás daqui a um tempo, vou ver que por causa do meu conformismo com coisas pela metade, minha vida não foi completa não teve erros e acertos, felicidades e tristezas mas sim que foi tudo isso pela metade, foi tudo um meio termo.
Preciso aprender com urgência a parar de deixar coisas pendentes sempre...
Logo eu... que sempre disse que quando estamos mal, é quando temos que nos levantar, erguer a cabeça e terminar tudo que não foi terminado, e quando terminarmos, começarmos algo novo, mas nunca abaixar a cabeça e deixar de lado. Quando estamos tristes é quando precisamos ser felizes, quando nos sentimos fracos é que precisamos ser fortes.

O olho que tudo vê





O olho que tudo vê
Percebe sem medo de ver
Toda beleza que existe em você
Desde quando viu você nascer

O olho que tudo percebe
Vê tudo aquilo que você não quer contar
Sabe de tudo que você merece
Conhece a vontade de se matar

Os olhos que nada enxergam
Te Veem de formas diferentes
Te julgam mal achando que te superam
Percebem apenas suas lástimas decadentes

O olho que tudo sabe
Me emprestou um pouco de sua sabedoria
Me pediu para que eu não fale
Que eu posso ver toda essa maravilha

Espero que o olho supremo te mostre a verdade
Que tire de seus olhos toda a sua dor
Que as mentiras não sejam sua realidade
Para que você possa ver o meu amor

4 de janeiro de 2011

Você incógnita;

(dedico a todos que também possuem lembranças do futuro.)

(texto original em 'A certeza de duvidar')

Ando querendo resgatar esperanças,e devolver ao mundo todos esses pensamentos deprimidos... Estou guardando o futuro como uma lembrança; de noites e dias imaginados e nunca vividos.

Ontem eu percebi,tenho pensando em você e esperado você, por tempo demais.O mesmo 'você incógnita' de alguns anos atrás.

Começo a achar que não tenho nada ou então o nada é quem me tem.assim como quem não quer nada, acabar tendo alguém...

E fico aqui, com outra tarde chuvosa, outra casa vazia, mais café, mais um cigarro e mais um pouco de nostalgia...




3 de janeiro de 2011

Amar é


Muitos falam de amor, mas não necessariamente amam ou se quer amaram algum dia. Quem realmente gosta de outra pessoa, cuida; Quem realmente ama, é capaz de sacrificar a própria vida. Morrer para si próprio e viver para fazer o outro feliz. Dois corações e apenas um sentimento, claro que é possível desde que tenha dialogo, respeito e concessões das duas partes. Espero um dia me casar, ter alguém para beijar todos os dias de manhã e quando a noite chegar dormir abraçado. Não tenho medo de me prender à alguém o resto da minha vida porque sim, eu acredito no amor em sua forma mais pura. Entendo, aos olhos deste mundo sou apenas uma sonhadora insana. Deixe-me perdida então, mergulhada em meus doces devaneios. É o meu modo pessoal de alcançar a felicidade. A vida é muito mais do que uma longa noite de prazer, mas só tem chance de conhecê-la quem olha para o que realmente importa esquecendo do que esta em volta.

Originalmente escrito em 10/09/2010

Transformando a garota em mulher II

- When do you feel most afraid?
- Loving you.
- Why?
- Because I became so tired of hurting myself.
- I won't hurt you
- I don't believe.
- How do you expect to find the happiness if you don't give a chance to the love? Love isn't just kissing in lips, is touch a heart on another one.

(...)


O que estou sentindo não é uma mera ilusão adolescente. Ainda que na flor da idade, já me tornei meio mulher. Sei com muita pouca certeza que caminho vou escolher, mas também sei muito bem qual é o caminho tortuoso e suas consequências. A minha escolha foi te amar, sem jamais sequer ter lhe tocado. Faltam-me as palavras para expressar a intensidade do que arde em meu coração. Tem vezes que penso que é tudo coisa da minha cabeça e que você não passa de um sonho bom, mas logo após a duvida vem a certeza do seu amor tranquilo. Não me importa que por enquanto o sentimento não deixe de ser um plano abstrato, afinal essa condição é temporária comparada a vida que temos pela frente juntos.

"Você não sabe por que está vivo até descobrir uma coisa pela qual você morreria."
Escrito originalmente em 10/09/2010

Transformando a garota em mulher IV




"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia"

Venha, vamos passear pelo parque de mãos dadas, deitar sobre a sombra de uma arvore à beira do lago como todos os casais de cinema fazem. Muito mais do que trocar saliva e fluidos corporais, no momento que dois corações se encostam ali se constitui um pacto de amor, ambos tornando-se uma só alma. A cada dia aumenta a necessidade de encontrar. Sentir o seu afago, o seu cheiro. Muitos me perguntam o motivo das doces palavras ao me referir a você, questionam à quem estou amando e sobre a sua verdadeira identidade.  Limito-me a soltar um sorriso tímido como resposta. Talvez esteja mesmo amando... aquele que sonho todas as noites e não conheço a verdadeira face tampouco me recordo o seu nome. Apenas sei que o sentimento está ali guardado, esperando você chegar. Pode ser também que tudo não passe de um sonho bom, o qual eu não quero acordar.

Drama noturno


Olho no relógio, e este marca meia-noite. - Onde estará você agora? Sua ausência me preocupa, sei que isto me afetará nas próximas horas. A noite é uma criança, já diziam os filosofos boêmios - É hora dos adultos se divertirem em brincadeiras para gente grande. Quantas não são as pessoas que neste exato momento estão se acabando na bebedeira, em qualquer esquina dessa vida, enquanto eu estou aqui, te aguardando para a melhor parte da minha noite. Tem vezes que não me importo que se demore a chegar, pois quero prolongar o meu tempo diante a televisão. Novamente olho para o relógio, poucos minutos se passaram. Minhas palpebras estão pesarosas, não consigo mais ficar acordado - finalmente - pensei. Apalpo meu travesseiro e me envolvo no confortavel e quente edredom. Antes de apagar, a ultima coisa que me recordo é de soltar um bocejo bem gostoso. Dormi aquela noite como quem nunca mais queria acordar, sonhei como quem nunca mais quer voltar a viver na realidade.

Love, Hate, Love

Originalmente escrito em 09/12/2010


Eu te amo. Eu te gosto e te quero, desejo-o com todo ardor de minha alma. É maior do que a quantidade que os átomos podem ser divisíveis ou que o numero das estrelas existentes no universo. Como é que pode meu Deus, gostar de alguém tanto assim sem ao menos conhecer sua face? Buscarei e esperarei por ti até o qual serei sua eterna fiel companheira e amante através das décadas até que a morte nos separe.

O novo mundo envelheceu

Ano mudou, as pessoas com expectativas novas mas continuam as mesmas internamente. De nada adianta projetos e planos sem a disposição para sacrificios. Quantas promessas de ano novo do ano passado você cumpriu? A mudança de ano não é e não deveria ser um motivo para comemoração. Apenas significa que se passaram 365 dias e que você está mais velho e consequentemente mais perto da morte. Daqui uma semana, esse espirito de 'Boas festas' passa e vamos ter que aguentar a 'Globeleza' e seu espirito carnavalesco. Assim sucessivamente pelos próximos 365 dias, formando um ciclo vicioso. Foi o que aconteceu com nossos avós e pais e acontecerá com os nossos filhos e netos se a nossa mentalidade não for mudada a tempo. Um feliz ano novo à todos os leitores e blogueiros.

Alheio ao mundo são.

Um desatino desvairado e torpe. 

Desde que adquiri minha (in)consciência. Tento sentir sentimentos que não são meus. Proferir o que não me pertence. Escrever palavras que não são minhas. Roubar de cada um a essência que não tenho. Tudo aquilo que me falta e que julgo necessário. Não reflito. E mesmo que o fizesse, minhas reflexões não serviriam a ninguém, apenas a mim. Pois embora não viva e não sinta sentimentos meus. A minha vida é minha, de mais ninguém. Me abstenho de promessas próprias e vivo aquelas que você me fez. Estas também não são minhas. Nem para mim. Não tenho em minha pessoalidade nada que acrescente ou mude coisa alguma. E ainda estou presa as suas malditas últimas palavras.



Jardim não precisa de alicerce, meu bem. 

1 de janeiro de 2011

O céu de cada um;

(dedico esse texto a todos aqueles que, com fé e coragem, procuram
todos os dias melhorar o mundo que encontram ao redor de si.)


Aquela devia ser a quarta ou quinta noite que o sono não veio me visitar durante a madrugada. Mais uma vez percebi que olhava com atenção o teto e me perdia em meus devaneios e idéias, até que de repente um súbito pensamento me entristeceu; ao me comparar com algumas outras pessoas me senti tão pequena, tão fraca e tão inferior.
Sentei na cama. Levantei. Olhei para os lados. Andei pelos cômodos vazios. Coloquei uma cadeira perto da janela. Senti o vento frio. Contemplei o céu estrelado. Ouvi o silêncio dos que dormem...
Percebi que a vida esteve sempre me desafiando, desde o momento que pela primeira vez abri os olhos neste mundo até agora, nesta madrugada solitária onde observo este mesmo mundo pela janela: A vida nunca descansava, a vida nunca parava...
A cada etapa me eram lançadas novas lutas, novas decisões, novos rumos e tropeços e quedas e tentaivas e vitórias... Reparei em algo que até então não havia pensado muito: As pessoas não são desafiadas da mesma forma. Notei então que o importante não era onde eu estava ou o que eu possuía, mas o como eu havia conseguido chegar lá e ter aquilo que eu podia chamar de meu.
E então todo aquele sentimento de inferioridade sumiu como mágica, eu poderia não estar melhor do que muitos que conheço, mas eu estive caminhando a muito mais tempo e de muito mais longe do que qualquer um deles.
Me ocorreu então que há 'O céu de cada um' pois cada um de nós parte de seu próprio ponto e procura atingir o seu melhor, o seu máximo, o seu céu; e não importa se o seu céu está abaixo do céu de alguém, estar acima não significa ser mais feliz por quê a felicidade está em saber que você deu tudo de si para chegar onde chegou e isso sim é alcançar a plenitude: Se orgulhar de quem se é, se orgulhar do lugar onde conseguiu chegar.
Não me lembro bem a que altura da minha descoberta eu adormeci, dormi um sono infantil onde os minutos parecem horas e acordei com a beleza da manhã despertando o mundo para mais um dia de batalhas onde eu seria a guerreira, a sabedoria meu escudo e a coragem minha espada...